
Se tem algo de que não gosto é de escrever metaposts aqui no Lucrando na Rede. Creio que um blog não deve gastar tempo (do autor e dos leitores) falando sobre si mesmo.
Entretanto, às vezes se faz necessário este tipo de coisa, principalmente quando ocorre um evento como o episódio de que vou tratar aqui.
Em 2006/2007, quando blogs que ostentassem propagandas para se sustentar, ou prover um meio de vida a seus autores, seriam apedrejados e acusados de heresia, de traição ao movimento e de terem matado a Odete Roitman, o advento das resenhas patrocinadas começou a ganhar força.
Naquela época ninguém sabia direito o quanto valia uma resenha (ou post pago, seja lá como queiram chamar). As manifestações mais comuns em fóruns e listas de discussão sobre monetização eram “me encomendaram um post pago, quanto eu cobro?”.
Como ninguém tinha uma resposta objetiva para tal pergunta, resolvi criar a minha lendária calculadora de preço de posts pagos.
O algoritmo do cálculo era (e continua sendo, pois não mudou em nada até o momento em que escrevo este texto) extremamente simples: duas variáveis com um peso distinto (visitação diária e quantidade de leitores no feed) e um modificador (pagerank).
Desde o princípio sempre deixei claro que se tratava quase de uma brincadeira, pois é impossível calcular o preço de uma resenha baseado em tão poucas variáveis, e que para cada caso cada variável terá um peso diferente.
Quem usa WP sabe que sem usar de alguma gambiarra não é possível inserir scripts no interior de páginas. Ora, a calculadora é um script (um Javascript bem simples, quem quiser conferir que visualize o fonte da página), e para poder aparecer no seu devido lugar fiz uso de um plugin chamado Text Replace. Era uma versão ainda bem recente, e para poder definir os textos e as respectivas substituições era necessário criar o atalho manualmente, no código do plugin.
Funcionou muito bem, até que um dia, sem querer (óbvio) eu atualizei o plugin para uma versão mais nova, perdendo, portanto, todas as minhas customizações. Só fui ver o estrago semanas depois, e durante um longo, longo tempo a calculadora ficou relegada àquele plano de “preciso consertar isso”.
Dizem que a diferença entre ressurreição e reencarnação é que naquela você volta à vida exatamente como era, e na reencarnação você volta modificado, evoluído, sei lá mais o quê.
Pois a calculadora de post pago passou pela ressurreição, em vez de reencarnar: graças ao Wayback Machine consegui acessar a primeira versão da calculadora, e inspecionando o código fonte da página resgatada encontrei o script, que foi devidamente reincluído na página da calculadora.
Quando a calculadora foi lançada da primeira vez, a maior parte das reações era de gente que não lê o que tem na página e ficava dizendo que não dava para confiar no resultado do cálculo. Embora eu sempre tivesse repetido à exaustão que a calculadora não era para ser levada a sério, sempre teve gente reclamando como se fosse uma ferramenta do Banco Central com erro de cálculo.
Desta vez, até pelo advento do Twitter, a gama de reações foi mais ampla, mas posso simplificar dividindo em três grupos (cito-os abaixo com a devida resposta).
O valor deu muito baixo: então cobre o valor que achar adequado, e torça para que alguém queira pagar.
O valor deu muito próximo do que eu costumo cobrar: que beleza, adoro coincidências!
O valor deu muito acima: então cobre o valor que achar adequado, mas não vá se vender por pouco.
Como já disse antes, é impossível criar uma ferramenta universal capaz de a partir de números calcular o valor justo de um post pago.
Alguns valores são bem subjetivos, como:
tempo que o post pago vai permanecer no topo da home;tempo que o post vai permanecer na home;grau de identificação do autor com o assunto proposto, ou mesmo sua inspiração naquele momento;divulgação espontânea dos leitores em outros meios na própria Internet, como Twitter e Facebook.
Naquela época, quando a calculadora foi programada em mais ou menos dez minutos, não existia esse papo que está na moda hoje em dia, de redes sociais, Twitter, etc. Então, a calculadora não leva em conta a quantidade de seguidores no Twitter, por exemplo, nem se preocupa com o percentual de robôs e spammers entre eles, nem com a quantidade de amigos e fãs do Facebook a que o post pago será exposto.
Em resumo: não há planos para o futuro da calculadora.
Entretanto, se alguém sugerir um algoritmo de cálculo melhor, eu aceito a sugestão.
Se alguém me disser como incluir outras variáveis no cálculo, e eu achar coerente a sugestão, eu aceito.
Se alguém quiser fazer uma calculadora melhor que a minha, que fique à vontade, e se precisar de um ponto de partida, Command-U (ou CTRL-U) é seu amigo.
Falei?
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